Em 18/6/11 - sábado - depois de uma semana corrida, difícil, com a garganta doendo, febre, e quase nada de voz, em São Luis do Maranhão, conduzindo sozinha um treinamento de 3 dias, acordei às 4h da manhã e em rumo ao Aeroporto, me despedi de S. Luis no vôo das 6h com sentido à SP e 2 pradas (escala e conexão). Com sono, cansada, pé machucado e tosse, planejei dormir a viajem toda, a fim de recuperar a minha energia e recompor meu corpo. Sem entender o motivo, perdi o sono. Conversei com Deus para abençoar o vôo e me mostrar o objetivo de me manter acordada. Ao meu lado direito, senta uma senhora humilde, morena, com cabelos encaracolados, um olhar baixo e pele sofrida. Com olhar desesperado me pede uma informação. Queria saber se na parada em Brasília, nós teríamos que descer do avião. Me contou que nunca tinha voado antes e estava preocupada pois não conhecia nada. Estava indo para Campinas (Viracopos) encontrar sua filha que está nas últimas semanas de gstação. Contou que sua ída à SP seria para ajudar sua filha no nascimento do primeiro neto. Me interessei por aquela mulher de uma forma especial. Sua expressão me passava uma necessidade de ajuda, inexplicável. Me virei para ela e conversamos durante horas. O vôo terminou e nem notamos. na Parada em Brasília descobrimos que nosso próximo vôo era com portões vizinhos. Ela se sentiu mais calma com essa informação e se tranquilizou totalmente quando fiz com ela o compromisso de só deixá-la quando ela entrasse no avião. Prometi acompanhá-la até a porta. Dei a minha palavra que não a deixaria em momento algum. Aquela mulher se apegou em mim de uma forma muito carinhosa e de gratidão. Parecia alguém próxima e muito familiar. Alguém que eu na verdade tinha acabado de conhecer. Ao me despedir, conversei com um casal e pedi que prosseguissem com ela nessa caminhada e que só a deixasse quando ela estivesse junto da sua fiilha... Eles toparam e nos despedimos com um forte abraço fraterno e carinhoso. Ela me agradeceu e disse que foi um prazer muito grande me conhecer. Declarou que realmente nao sabia o que teria feito se Deus não tivesse me colocado no caminho dela.
Deus escreve todos os detalhes da história de alguém. Ele não abandona seus filhos em hipótese alguma. Coloca servos do Senhor para ajudar boas almas e pessoas humildes que merecem cuidado, carinho e respeito. Essa mulher, Dna. Francisca, talvez nunca mais eu veja, mas levarei comigo de presente a sua história linda e corajosa. Uma história de alguém que mora no interior do Maranhão, que teve 8 filhos - todos em casa, com a ajuda de uma parteira. Alguém que aos 13 anos teve seu primeiro filho e demorou 13 horas para sair. Com sofrimento, dor e fortes marcas de um passado difícil, alguém que encontra motivos para sorrir ao contar com orgulho, brilho nos olhos e sorriso no rosto que sua filha mais nova está tendo um BB e que el irá ajudar a cuidar... que seu filho mais velho tem 31 anos e ela , sua mãe, tem 44. Parecem irmãos. Uma mulher batalhadora e guerreira que diz ter comprado uma calça e um calçado para viajar de avião, pois não tinha. Sozinha, enfrentou o medo e o desespero para cuidar da sua filha... Isso sim é amor... Amor de uma mãe que se desdobra na dor e na coragem em fuñção do bem estar de seus filhos...
Obrigada Senhor, por me apresentar a Dna. Francisca. Leve ela em sua proteção por onde ela passar e continue deixado o seu brilho na vida daqueles que ela encontra.... Alguém especial que contagiou o meu coração. Alguém a quem pude estender a mão, no meu mais profundo cansaço sem sentir p menor incômodo e dificuldade. Alguém que me mostrou que meu cansaço era sustendado por uma cama onfortável de um lindo hotel a beira mar... enquanto outras pessoas, dormem em rede, em cidades ainda muito precárias, sem hospital e faz o nascimento dos seus 8 filhos, na rede da sua humilde casa - lugar de seu sono e descanso.
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